Casal em um momento de intimidade (ilustração) - Foto: Reprodução | Freepik
O Dia dos Namorados é celebrado no Brasil nesta quinta-feira, 12, carregado de expectativas entre os casais que costumam fazer programações especiais para celebrar o momento. Restaurantes cheios, motéis e diversos outros estabelecimentos mostram o quanto a data possui um forte apelo comercial.
Mas, também existem as fantasias e desejos sexuais que os casais aproveitam para realizar. De acordo com uma pesquisa feita pelo Sexlog, rede social para casais e solteiros liberais, dos 2.079 participantes, 47,47% querem sexo a dois em clima íntimo, 36,94% sonham em realizar uma fantasia e 35,50% gostariam de envolver mais pessoas na celebração, em experiências como ménage, swing ou suruba.
Ainda segundo a pesquisa, ménage é o fetiche mais desejado, com 70,42% das menções, seguido por sexo em local público ou inusitado (35,31%), swing (33,14%), sexo anal (32,42%) e suruba (30,06%).
O levantamento apontou ainda que 77,29% dos entrevistados afirmam que gostariam de fazer algo diferente neste ou em um próximo Dia dos Namorados, mas 65,27% nunca realizaram uma fantasia na data.
A psicóloga e sexóloga, Cláudia Meireles, contou que muitos casais chegam ao seu consultório dizendo que têm vontade de realizar algo diferente para apimentar a relação, mas segundo ela, a maioria não está preparada para viver tais experiências.
“Geralmente os casais chegam relatando que a vida sexual está muito parada e que 'viram ou ouviram' dizer que para apimentar a relação é importante inovar, e aí vem a clássica pergunta: o que você acha sobre participar de ménages, swing, abrir a relação? Em verdade, eles buscam autorização para realizar algo que eles mesmos não estão preparados nem para decidir”, pontuou.
Ainda dentro desta seara, Meireles ressaltou que é importante ter a sensibilidade para avaliar o relacionamento antes de propor uma fantasia sexual. “Uma relação envolta em desarmonia, ciúmes, falta de companheirismo e desrespeito, certamente não haverá ambiente para uma relação sexual prazerosa. Neste caso, é importante fazer ajustes, acordos e a psicoterapia pode ajudar ao casal”, comentou.
A sexóloga acrescentou ainda que, para uma relacionamento que está frio e que caiu na rotina, o ideal é usar o maior órgão sexual humano: o cérebro (onde tudo começa) e está o hipotálamo (onde são produzidas substâncias que promovem a excitação). Em seguida repensar uma maneira para apimentar o sexo dentro da relação de forma natural, até mesmo usando brinquedos eróticos e uma viagem a dois.
Sobre a vivência sexual, a especialista citou uma matéria de A TARDE que usou uma fala do Papa Francisco que dizia: “Sexo é uma das coisas mais belas" e a Organização Mundial da Saúde que classificou a saúde sexual como sendo um dos pilares para qualidade de vida.Ela aproveitou para chamar a atenção dos pais que dizem ser “namorados” dos filhos (as). Para ela, os pais possuem outra função e namoro é coisa de adulto.
Questionada sobre o uso das tecnologias como forma de manter a chama sexual acesa, a sexóloga chamou a atenção de que é preciso ter cuidado, mas que pode ajudar no caso de casais que moram longe. Contudo, ela ressalta ser importante lembrar que a relação sexual é vivida entre dois ou mais adultos em um momento de troca. Porém, lembrou que “nenhum personagem de IA [Inteligência Artificial] será capaz de satisfazer as demandas pessoais de aceitação, pertencimento e nem a dinâmica subjetiva de um relacionamento. A grande questão está na busca desenfreada por uma vida idealizada a qual só poderá ser, talvez, alcançada no mundo virtual, deixando um vazio na vida do sujeito”, concluiu.
Poliamor pode ser considerado "normal"?
O também sexólogo e adepto do poliamor, Thiago Oliveira, em entrevista ao A TARDE, disse que o Dia dos Namorados é tratado como uma prova de amor do ano, mas para ele que vive a não-monogamia, o cenário é um pouco diferente.
Ele contou que começou a viver uma relação aberta com várias regras e restrições no campo afetivo, mas depois entendeu a não-monogamia como um caminho político e ético, influenciado pelos estudos das psicólogas Geni Núñez e Andreone Medrado.
“Percebi que não era só sobre liberdade sexual, mas sobre liberdade relacional. É sobre desconstruir o que foi ensinado como 'normal' e abrir espaço para outras formas de amar, desejar e construir vínculo”, detalhou.
Oliveira contou que fantasia não é roteiro obrigatório. Segundo o profissional, as coisas precisam ser acordadas com maturidade, desejo mútuo e espaço para falar caso algo não esteja funcionando.
Brinquedos sexuais
A ex-proprietária de um sexshop, Ísis Lima, disse ter uma variedade enorme de clientes das mais diversas faixas etárias que compravam muitos produtos, dentre eles próteses, velas que não queimam, pétalas, vibradores, cintaralhos.
Também vendia muito raspadinha, dados eróticos, cartões com conteúdos sexuais e ouvia muitas histórias dos clientes contando as suas experiências após usar os brinquedos em casa. Segundo Ísis, foi uma fase muito divertida da sua vida onde pôde fazer amizade e perceber que o universo de brinquedos eróticos é vasto, por isso é difícil montar um catálogo.
Uma pesquisa feita pelo Portal Mercado Erótico em parceria com a INTT Cosméticos aponta que o mercado já movimenta mais de R$ 2 bilhões por ano e há uma projeçaõ de crescimento anual de 8% até 2028. De acordo com levantamento, cerca de 55,6% dos consumidores são mulheres, com faixa etária predominante entre 26 e 45 anos, e a maioria dos produtos é adquirida por meio digital, responsável por mais de 60% das vendas no país.
Fonte: A Tarde
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE